FONTE: DP

Por:Bruno Nogueira
Por:Estado de Minas

 (Foto: Eletrobrás Furnas/Luis Junio/Reprodução)
Foto: Eletrobrás Furnas/Luis Junio/Reprodução

Com os reservatórios de usinas hidrelétricas (UHE) cheios devido às chuvas, o Brasil tem evitado um cenário de crise hídrica como o vivenciado em 2021. Sem a necessidade de racionamento, o consumo de energia durante o verão deve aumentar de 7% a 15%, impulsionado por aparelhos domésticos de refrigeração de ambientes e alimentos, como ar-condicionado e geladeiras. Por consequência, a conta de luz também deve vir mais cara durante a estação mais quente do ano.

De acordo com um levantamento feito pelo Grupo Delta Energia, empresa líder no setor de comercialização de energia elétrica, mostra que nesta quarta-feira (18) o percentual de armazenamento máximo dos reservatórios das UHE do subsistema Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) foi de cerca de 65%. Nos próximos meses, considerando um cenário de chuvas abundantes, esse nível deve chegar em torno de 80%.

Na última semana a UHE de Furnas, na bacia do Rio Grande, no Sul/Sudoeste de Minas, abriu seus vertedouros pela primeira vez em 11 anos. Nos últimos anos a seca castigou a região, mas as fortes chuvas fizeram com que o reservatório recuperasse o volume. 

A gerente comercial e de clientes da Delta Energia, Débora Mota, explica que esse período de chuvas coloca a geração de energia em uma situação muito confortável. “A gente foi de um extremo ao outro. Hoje temos uma situação nos reservatórios das grandes usinas hidrelétricas muito positiva, tanto que vivemos um cenário de bandeiras verdes nas tarifas”, ressalta.

O boletim diário de operações da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), divulgado nessa quinta-feira (19), mostra que o reservatório de Furnas, o quarto maior do país em capacidade de armazenamento, atingiu um volume útil de 90,08%. 

Conta de Luz

Mesmo com a abundância de água nos principais reservatórios do país, preservar energia é necessário para evitar futuras crises e reduzir a conta de luz, principalmente no início de ano em que o orçamento doméstico é afetado pelo pagamento do IPTU e IPVA. Em 2023 a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) projeta um aumento na conta de luz de, em média, 5,6%. 

Mesmo com bandeiras verdes, onde na teoria o consumidor paga a menor tarifa energética, é preciso se ater às outras variáveis. “As tarifas são reajustadas anualmente e cada concessionária de distribuição faz esse controle. Existem variáveis que entram nesse reajuste, como a chuva e a seca, mas também outros pontos como a inflação e o consumo”, comentou Débora Mota.

A famosa bandeira verde, é usada para identificar condições favoráveis de geração de energia e representa uma tarifa que não sofre acréscimo. O valor da tarifa cobrada pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em uma residência média, é de R$ 0,65 o quilowatt por hora (kWh).

No entanto, essa não é uma desculpa para o uso indiscriminado de energia elétrica. O consumo de eletrodomésticos como ar-condicionado, geladeira e chuveiro, durante o verão deve ser motivo de atenção para mitigar os impactos no valor final da conta de luz.

Economia

Débora observa que o aumento no consumo de energia elétrica entre 7 a 15% é algo expressivo, que deve ser levado em consideração. “Mesmo com a situação confortável dos reservatórios precisamos tomar cuidado tanto por um consumo racional de energia, pois não podemos desperdiçar essa água, mas também pensando no nosso bolso”, destacou.

A gerente da Delta ainda deu dicas de como racionalizar o uso da energia elétrica no período do verão, driblando o calor ao mesmo tempo em que se economiza na conta de luz. Um toque, por exemplo, é usar a geladeira de maneira eficiente evitando abrir e fechar a geladeira com frequência.

A geladeira é um item essencial e, geralmente, funciona 24 horas por dia. Segundo dados do Centro Brasileiro de Informação de Eficiência Energética (Procelinfo), uma geladeira duas portas frost free, consome mensalmente uma média de 56 kWh, trazendo um impacto de quase R$ 36 a conta de luz. 

Outro eletrodoméstico que merece atenção é o ar-condicionado, popular durante a estação das altas temperaturas. “Tem dia que não está tão quente que, de repente, podemos substituí-lo pelo ventilador, que tem um consumo muito inferior. Outra saída é a ventilação natural que ajuda na circulação de um ar mais fresco”, completou Débora.

Veja outras dicas de economia:

Evite banhos demorados

  • Ajuste o chuveiro na posição verão. A redução de energia pode chegar a 30%. Para se ensaboar, feche o registro e evite banho longos.

Passe as roupas uma única vez

  • O ferro elétrico necessita de um tempo para esquentar. Repetir esse processo várias vezes no dia aumenta o consumo de energia. Recomenda-se passar todas as peças de uma vez.

Desligue o stand by de aparelhos eletrônicos

  • O stand by de eletrônicos, como TV e micro-ondas, consome energia. Quando ligados, alguns componentes internos permanecem em funcionamento. Desligue o computador sempre que ficar mais de 2 horas sem uso; e o monitor, a partir de 15 minutos.

Use a máquina de lavar roupa cheia

  • Para evitar o desperdício de água e de energia elétrica, recomenda-se acumular uma quantidade maior de roupa suja para tirar mais proveito da lavagem.
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